A essência do MAPA
- Conteúdos Pro Agora
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Quando a arte encontra os trilhos da memória
Há caminhos que não são apenas geográficos. São trajetos afetivos, históricos, simbólicos. O MAPA – Mostra de Imagem em Movimento nasce sobre um desses caminhos: os 892 km da Estrada de Ferro Carajás, que há exatos 40 anos corta o Maranhão e o Pará, conectando mundos, cidades e vidas.
Mas o que é MAPA?
Mais do que uma mostra de videoarte, o MAPA é uma proposta de escuta, de permanência, de transformação poética. É o gesto de reconhecer que cada trilho guarda uma história, que cada parada é também um ponto de partida.
Inspirado pela ideia de que a memória é viva — como escreveu Byung-Chul Han, “um processo progressivo, narrativo, que se transforma o tempo todo” — o projeto convida artistas a olhar para essa ferrovia não apenas como infraestrutura, mas como uma linha do tempo que pulsa, como uma espinha dorsal de memórias.
Durante meses, artistas locais serão provocados a mergulhar em suas próprias paisagens e relações com a ferrovia. Suas criações serão reunidas em uma mostra viva, feita de luz, som e movimento — com projeções mapeadas em Belém (PA) e São Luís (MA), e uma culminância em Brasília, em formato de galeria.
O MAPA é também um gesto de partilha. Uma forma de devolver às comunidades o que é delas por direito: suas narrativas, suas estéticas, sua presença. Por isso, todo o percurso será registrado e compartilhado — para que a arte percorra, inspire e se espalhe.
E por trás de tudo isso, está a valorização do patrimônio ferroviário nacional. O projeto é uma realização da RPMF (Recursos para a Preservação da Memória Ferroviária), com patrocínio da Vale, reafirmando o compromisso com a preservação e difusão da memória cultural brasileira.
Porque entre trilhos, o Brasil também sonha.
E quando a arte se projeta sobre a história — são as histórias que se projetam como arte.
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